quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Prefere doar pra alguém a dar seu dinheiro pro governo?

Olá,

Eu estava pensando em colocar algo mais didático ... mas depois que li esta reportagem achei que merecia um destaque aqui.

Para acessar:

http://exame.abril.com.br/seu-dinheiro/imposto-de-renda/noticias/como-doar-seu-imposto-de-renda-em-vez-de-paga-lo-ao-governo

Prometo que o próximo post será maior rsrs


terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Apocalipse Zumbi

O The economist, uma revista super conceituada no ramo de economia,  publicou dia 16 sobre os políticos brasileiros , e .... os chamou de zumbis!!!!

Para ler o texto no original acesse:

http://www.economist.com/news/americas/21571896-despite-serial-corruption-allegations-old-guard-just-keeps-coming-back-unstoppable

Para ler o resumo do texto em português, acesse:
http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,the-economist-chama-politicos-brasileiros-de-zumbis,998472,0.htm

Cuidado .... eles já estão entre nós rsrsrsrsrsrssrrs.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Como já dizia o pica-pau: "Meu dinheirinho, meu rico dinheirinho!"

Pessoas tem padrões de consumo diferentes e isso inclui a forma com a qual se utiliza o dinheiro.
Ao receber seu salário o que você faz? Saca todo ele e fica com o dinheiro em mãos? Deixa uma parte inutilizada e saca aquilo que considera necessário para o mês? Vai sacando várias vezes durante o mês?

O fato é que, quando transformamos dinheiro em moeda (moeda aqui = moeda, nota, ... tudo que não inclua ganho de juros) , perdemos a chance de receber juros. E quando não o transformamos em moeda (deixando ele numa poupança, por exemplo), perdemos em conveniência - afinal, não podemos comprar mate de galão na praia sem moeda, não podemos pagar o trocador do ônibus sem moeda ....

Mas ... qual seria a medida ideal?
(obs: irei desconsiderar a perda de valor da moeda e que sobra dinheiro no fim do mês: as conclusões finais seriam as mesmas ... é apenas para facilitar o entendimento)

opção A) Sacar o dinheiro todo assim que receber e passar o mês com ele:

João recebeu seu salário de R$ 700 no dia 1. Logo depois sacou o dinheiro todo e o levou para casa. João gastou seu dinheiro de forma gradativa, conforme suas necessidades diárias e no dia 30 ... o dinheirinho todo acabou.Assim, no início do mês ele tinha 700 reais, no final do mês ele possuía 0 reais. O dinheiro em poder de João ao longo do tempo variou entre R$700 e R$0 , com média de R$350. E ele gasta um pouco menos de 24 reais por dia.

opção B) Ir duas vezes ao longo do mês no banco sacar o dinheiro. Digamos que o saque seja feito no dia que recebeu e outro no meio do mês.

Marcos também recebe R$ 700  no dia 1. Ele saca 350 reais. No primeiro dia tem 350 reais, no dia 15 tem zero. Ai ele realiza outro saque em seu banco de 350 reais nesse mesmo dia 15 e no dia 30 está zerado novamente.
Agindo assim, Marcos teve um pouco menos de 24 reais para gastar por dia também. Mas o dinheiro em poder de Marcos ao longo do tempo foi em média de R$ 175. Metade do valor que João tinha em sua posse.

Quando Marcos resolveu ficar com menos moeda em sua posse, ele passou a ganhar um pouco de juros dos 175 reais que permaneceram no banco.Entretanto, para esse ganho, ele teve que se dispor a ir mais uma vez no banco e pegar o resto dinheiro no dia 15.

Quantas vezes então seria o ideal para se ir ao banco e sacar dinheiro já que existe esse problema de juros e gasto em se ir ao banco?

Cada pessoa tem um custo interno em ir ao banco. Afinal ... ir ao banco pegar dinheiro não é como ir ao parque de diversões para se divertir ... ir ao banco é algo chato e você poderia estar fazendo algo muito mais interessante da sua vida do que ir até sua agência, num tempo não muito agradável, enfrentar fila, perder seu tempo até conseguir realizar a atividade de sacar seu dinheiro.... Enfim, imagine que fosse possível pagar alguém para ir ao seu banco no seu lugar e que a tarefa dessa pessoa fosse sacar esse dinheiro e entregá-lo a você , no ambiente que você estivesse descansando, se divertindo, ou sendo mais produtivo. Até quanto você estaria disposto a pagar o cara, ao invés de você mesmo realizar a tarefa???? hein , hein???? R$1, R$5, ... R$ 20???? O valor que você considerar que vale é o seu custo em ir ao banco.
 E digamos que o juros seja de 0,03%a.d.

Assim , o custo total  é de:
Custo do juros + Custo de ir ao banco (que por exemplo será de 5) .

Ctotal=juros*dinheiro do poder da pessoa ao longo do ano + 5* número de vezes que se vai ao banco

1-Para João:
0,03%*350+5*1 = R$ 15,50          

2-Para Marcos:
0,03%175 + 5*2 = R$ 15,25

ou com juros 0,04%


3-Para João:
0,04%*350+5*1 = R$ 19          

4-Para Marcos:
0,04%175 + 5*2 = R$ 17



Assim, quanto maior for a taxa de juros, mais você deve estar preocupado em perder juros e mais vezes você deveria ir ao banco, dado um custo de ir ao banco fixo. (comparar 1 e 3)

Mas digamos que o número de assalto aos bancos tenha aumentado consideravelmente e o seu custo de ir no banco aumentou, ou a agência perto da sua casa está em reforma e a próxima agência do seu banco é longe: Em ambos os casos, o custo de ir ao banco aumenta. Nesse caso, quanto maior o custo de se ir ao banco, menos você deve ir até ele, dado um juros fixo.

*Adaptação do modelo original de Baumol-Tobin




quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Mercado de órgãos e o amor

Olá pessoal,

Hoje escolhi dois temas polêmico de propósito rs.

O mercado de órgãos é algo proibido no Brasil e algo, muitas vezes, de cunho ideológico inaceitável.

Hoje ... Gostaria de mostrar 3 argumentos a respeito do mercado de órgãos:

-Cunho exclusivamente ideológico:
O seu corpo é algo divino e não deve mexido. Geralmente essa é a percepção das igrejas. A doação é um ato maior. Você estaria agindo de forma altruísta. Caso você precise doar um órgão para alguém da sua família, isso é algo admirável. Mas não se pode fazer isso em troca de dinheiro que é considerado algo que as pessoas devem se desapegar. Desta forma: eu não faço isso e ninguém mais pode fazer , pois é errado segundo os ensinamentos da religião da pessoa.

-Cunho exclusivamente econômico:
Criasse um novo mercado. E isso é algo bom! Não interessa quais são os motivos pelo qual você está vendendo seu órgão: Se você quer dinheiro para comprar um carro, ou se é para salvar a vida de alguém, ou conseguir manter seus filhos em um ótimo colégio. De fato, valores são coisas internalizadas. Eu posso não ligar para carros e marcas e você achar o máximo ter tal carro e gastar R$100.000 no carro dos seus sonhos. Você é maluco?Não! Eu sou maluca? Não! Você simplesmente dá um valor diferente para um bem do que eu. Eu não me sinto mais satisfeita em ter um carro de R$ 50.000 ou R$ 100.000. Ambos os carros possuem a mesma utilidade para mim: Poder me deslocar. Talvez para outra pessoa, o de R$100.000 seja mais satisfatório, pois ele se sente bem em ter mais status.

O que quero dizer com tudo isso? Uma pessoa religiosa em uma boa situação financeira provavelmente não venderia seu órgão pois dá mais valor a ele do que ao dinheiro que este pode lhe dar. Talvez uma pessoa mais pobre, e com menos apelo de cunho religioso, não se importe em doar seu órgão para conseguir dinheiro para investir na educação do filho, por exemplo. E assim, o preço do mercado se ajusta.

Talvez o mercado de órgãos seja muito fora da nossa realidade. Mas então, vamos pensar em algo que todos sentem : amor.
Quando namoramos com alguém é natural que tenhamos que abrir mão de certas coisas. Assim, quando uma pessoa tem que escolher se vai realizar um intercâmbio ou vai continuar namorando com a pessoa X. Como ela faz essa escolha?
- Avalia o que a de bom e ruim em ambas as coisas: Ficar perto/longe da pessoa que gosta, não conseguir/conseguir uma melhor posição profissional no futuro, chance/ não chance de conhecer novos lugares....
-Avalia a risco de cada uma das coisas: Pode não gostar do intercâmbio, pode nunca mais falar com o seu namorado, Pode até conseguir as duas coisas se acreditar que a relação é forte o suficiente ....
Como disse, não interessa para que você quer o intercâmbio... Se paras crescimento profissional, se para estudar, se para turismo, se para curtir, para relaxar ...... Cada pessoa dá seu próprio peso para cada atividade. Eu entendo que pessoas possam dar mais valor a 1 mês de descanso e paz longe de tudo, do que continuar com a vida normal que tinha. O que não é meu caso ... Gosto da idéia de sair do meu lugar mas sei que tenho dia e hora e que continuarei a minha vida normal. Como disse, parte de cada um.
Digamos que você julga o amor algo maior do que tudo. Ou seja, você dá ao seu namoro o valor de R$ infinito. Mas infelizmente, ele te restringe algumas situações, como por exemplo, o intercâmbio de 6 meses que você tanto queria fazer.... Se realmente o seu namoro vale R$ infinito .... você recusa a oferta e sem se preocupar muito. Se você não dá esse valor todo e acha que devia investir no intercambio, arcando com as possíveis consequências disso, é uma escolha sua .... e também não existe nada de errado nela.
O fato de você fazer a escolha de uma tal forma, não invalida a possibilidade das outras pessoas fazerem outras escolhas.
Da mesma forma que eu não bebo bebida alcoólica, mas existe um mercado de bebida alcoólica. Desde que as pessoas bebam de maneira consciente e não acabem me atropelando, ou fazendo qualquer outra coisa por causa do efeito do álcool excessivo no sangue, eu acho mais é que deve existir um mercado disso mesmo. Mas agora chegamos em um outro ponto, o terceiro tema:

- Cunho econômico e social:
Esse pensamento permite avaliar o ponto de vista econômico de uma maneira mais crítica .... ou seja... avaliando suas consequências sociais. É razoável acreditar que em um mercado de órgãos sem controle (onde não há nenhuma espécie de controle por parte do governo), pessoas de má índole possam matar pessoas para vender seus órgãos.Ou mesmo, pode ser razoável que a pessoa seja ameaçada para doar seus órgãos. Em ambos os casos, a situação é repudiável. Assim, uma vez que é possível existir um mercado, esse mercado deve ser controlado para que as pessoas que não o utilizam não sejam prejudicadas. Cabe aos governantes do país avaliar se a existência do mercado não autorizado é algo realmente danoso e passível de ocorrer, ou não. Ou se o mercado praticamente inexiste.Se se deve combatê-lo, ou oficializá-lo.
Sim são questões bem complicadas....

*Texto baseado em um artigo do Mankiw : do livro "macroeconomia quinta edição"